Fui ao trólaró

É disto que gosto nas músicas da "nossa" infância, e não só. O encadeamento lógico das frases e das respectivas ideias. (Não interessa nada...)

Fui ao trólaró
Buscar água e não achei
Encontrei uma menina
Que no trólaró deixei

Acreditem minha gente
Que uma hora não é nada
Quem não cantar agora
Vai cantar de madrugada
 
Ó ó ó rita
Ó ó ó ritinha
Entra nesta roda
Vais cantar sozinha

Rita: eu cantar não sei
Mas posso tentar
Vou pedir à Luísa
Para me ensinar

Sabiá

A propósito do passarinho que hoje pôde - finalmente! - fugir da gaiola exígua do vizinho, devido ao imenso temporal que se fez sentir de madrugada e de manhã, fazendo com que a gaiola caísse... aqui fica uma das minhas preferidas (e aqui):

Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho
Voou, voou, voou, voou
E a menina que gostava tanto do bichinho
Chorou, chorou, chorou, chorou

Sabiá fugiu p'ro terreiro
Foi cantar lá no amendoeiro
E a menina pôs-se a chamar
Vem cá sabiá, vem cá

A chuva é um ping-ping

Não é fácil escolher uma música para abrir este blog. Mas não quero adiar mais esta publicação. Recordo-me de uma meia dúzia de músicas que já publiquei no facebook mas gosto tanto de qualquer uma delas que não saberia por qual começar. Por isso vou começar com a música que deu origem a esta ideia.

Foi há dois dias e íamos de carro, eu a minha Mãe. Devagarinho a chuva começou a bater no vidro. E fazia ping-ping. De repente, a minha Mãe lembrou-se: "havia uma música que dizia que a chuva era um ping-ping, mas não me lembro bem como era." De repente também me lembrei de haver! Mas nenhuma das duas conseguia descortinar exactamente como era. Por isso, e como sempre fazemos, fomos caminho fora a tentar lembrar, "cantando" (se é que assim se pode chamar) desajeitadamente, inventando letra e melodia. Já perto de casa, pareceu-nos que, finalmente, já a saberíamos. Subimos a rua, o elevador, e entrámos em casa sempre a cantar.

Quando fui à internet procurar pela letra, para saber se estávamos correctas (convém sempre verificar), tivemos a "agradável" surpresa de ser bastante diferente. Afinal não havia nenhum quintal (entre outras coisas) e talvez por isso a música original rimasse... espero que se lembrem. Aqui fica (e aqui também):

A chuva é um ping-ping
Constante e brincalhão
Ping-ping, ping-ping
Vai pingando e cai no chão

Molha tudo, tudo molha
Molha tudo no jardim
E a gente quando se molha
Faz atchim, atchim, atchim!

E a gente quando se molha
Faz atchim, atchim, atchim!

Porquê

Este blog surge do gosto de me recordar de canções de infância ou de anúncios que já não se ouvem há anos mas que assim que alguém se lembra... todos se lembram. Por vezes uma palavra, uma frase, uma expressão e *click* surge uma memória. Gosto também de brincar com algumas das letras. Não fazem sentido nem nunca fizeram, mas naquela altura ninguém dava conta. Raramente me consigo lembrar, à primeira, da totalidade das letras mas nada como pedir ajuda à minha Mãe ou pesquisar na internet, quando a memória também a ela lhe falha.

Damos por nós a cantar cantigas dessas cá em casa e na rua. E o engraçado é que vão ficando na cabeça. Com a brincadeira, uma ou outra frase acaba por se tornar numa expressão nossa do quotidiano. Infelizmente, neste caso, a escrita fica um pouco aquém das nossas brincadeiras... Por isso, quem sabe, também farão parte deste cantinho alguns vídeos.